Plataforma Giratória
Chamo-me José, tenho 78 anos, tempo livre de sobra, sou engenheiro de profissão (reformado no activo) e engenhocas por natureza. Tinha o desejo de fazer uma plataforma giratória para o meu carro e quando mudei para esta casa há 4 anos pude finalmente concretizá-lo!
Etapa 1: Planeamento
Logo no início do projeto ficou bem patente a vantagem de se desenvolver um dispositivo que facilitasse o parqueamento de uma viatura no pátio fronteiro à residência, dada que essa área não permite a inversão de marcha senão com 4 manobras.
O veículo pode ser introduzido na garagem (coberta e aberta lateralmente ao pátio) de marcha-a-trás mas, apesar da razoável largura da Rua, torna-se esta manobra um tanto ‘desconfortável’ porque o portão de entrada tem uma largura (limite) de apenas 2.58 m e a Rua apresenta um acentuado declive que, mesmo com uma rampa possível para a soleira do portão resulta na necessidade de um maior cuidado na condução, nomeadamente na altura em que os pneus dianteiros e traseiros do lado do condutor se aproximam da rampa; também a ombreira do lado poente está praticamente alinhada com a escada de acesso ao 1º andar do edifício.
Em resumo: é precisa atenção redobrada à esquerda e depois, já dentro do átrio, cuidado à direita.
Esta manobra agudiza-se nas noites de chuva e nevoeiro. É de toda a vantagem que o automóvel entre de frente, dê meia volta sem manobras e saia também de frente para a rua.
Etapa 2: Montagem
Passei à execução de uma Plataforma redonda com um diâmetro igual ao comprimento da atual viatura (4.50m) que, ao rodar 180º, comporta uma margem de segurança.
A meia rotação é completamente automática, calculada para um tempo de 25 segundos. Todavia, este tempo pode variar para + - 10 seg, à custa de um variador de frequência de comando, controlo e segurança do motor.
A transmissão de potência é produzida através de motorredutor de ‘apenas’ 1.5 Kw, por um processo inovador em forma de atrito.
A estrutura da Plataforma é constituída por um aro de perfil “U” calandrado, devidamente raiado a partir de um eixo “mancal” constituído por um rolamento de contacto angular e outro (de centragem) convencional de esferas.
O conjunto roda sobre um aro plano de aço, fixado ao chão de betão e equipa com 16 roletes devidamente dimensionados, que conferem bastante suavidade, dado serem revestidos de uma determinada fibra.
Os cálculos forem direcionados para uma carga útil máxima de 2.000 Kg, mais cerca de 500 Kg de tara. Devido a este peso, nesta fase tive o apoio de uns amigos e ex colegas de trabalho para o fabrico e a instalação da estrutura. Os materiais usados, variedade e custos, estão patentes no orçamento na última foto.
Etapa 3: Automação
Plus 1 more
Nesta fase, utilizei os meus conhecimentos de electricidade e motorização, a par de uma boa dose de paciência e perseverança, para finalmente ver o trabalho concluido! Fundamental o uso de WD40, de vários tipos: Contactos (essencial), desengordurante, silicone... Os meus agradecimentos por tamanha qualidade!
Etapa 4: Resultado final
O processo de construção não conheceu um ritmo contínuo, estendeu-se por vários meses, ao sabor de outras operações ligadas à construção civil que (obstinadamente, segundo a familia) vou fazendo minha casa. Passei algumas alturas desafiantes mas o resultado final é o esperado e a satisfação da concretização é gratificante!